quarta-feira, 10 de março de 2010

História do Hino Nacional – “A Portuguesa”

Em 1890, a população portuguesa sentia-se humilhada e revoltada porque o Governo e o rei D. Carlos aceitaram o Ultimato Inglês, que exigia a retirada de Portugal dos territórios entre Angola e que faziam parte do famoso mapa cor-de-rosa.

"A Portuguesa", composta em 1890, por Alfredo Keill (autor da música) e Henrique Lopes de Mendonça (autor da letra) foi criada como símbolo de protesto patriótico e republicano contra o Ultimato, exaltando a Pátria e a sua História.

Na revolta militar republicana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, este hino já aparecia como a opção dos republicanos para hino nacional. A revolta falhou e “A Portuguesa” foi proibida pelo Governo Monárquico.

Com a Implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, “A Portuguesa” passou legalmente a ser considerado o Hino Nacional pela Assembleia Constituinte de 19 de Junho de 1911 que também aprovou a nova Bandeira Nacional.

Originalmente a letra era um pouco diferente — onde hoje se diz "contra os canhões", dizia-se "contra os bretões", ou seja, os ingleses.

Em 1956, existiam várias versões do hino, não só na linha melódica, mas também nas instrumentações, especialmente para banda, pelo que o governo nomeou uma comissão encarregada de estudar uma versão oficial de A Portuguesa. Essa comissão elaborou uma proposta que seria aprovada em Conselho de Ministros a 16 de Julho de 1957, mantendo-se o hino inalterado deste então.

O hino é composto por três partes, cada uma delas com duas quadras, seguidas do refrão, mas apenas a primeira parte é usada em cerimónias oficiais, sendo as outras duas partes praticamente desconhecidas.

A Portuguesa é executada oficialmente em cerimónias nacionais, civis e militares, onde é prestada homenagem à Pátria, à Bandeira Nacional ou ao Presidente da República. Do mesmo modo, em cerimónias oficiais no território português por recepção de chefes de Estado estrangeiros, a sua execução é obrigatória depois de ouvido o hino do país representado.

A Portuguesa é um dos símbolos nacionais de Portugal na constituição de 1976.

"A Portuguesa"
Data: 1890 (versão original)

I

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar, marchar!

II

Desfralda a invicta bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa á terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu solo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar!

III

Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar !


E ANTES DA REPÚBLICA, QUAL ERA O HINO NACIONAL?

No período da Monarquia Constitucional, o hino nacional era o “Hymno da Carta”.
Inicialmente era chamado “Hymno Imperial e Constitucional" e foi composto a 22 de Setembro de 1822, após a Revolução Liberal de 1820, por D. Pedro, filho do rei D.João VI.
Mais tarde, quando subiu ao trono português, outorgou uma Carta Constitucional aos portugueses e o hino que ele havia composto generalizou-se sob o nome "Hymno Nacional".
Este hino foi obrigatório em todas as solenidades públicas a partir de Maio de 1834 até Outubro de 1910.

Letra do Hino da Carta - Hino Monárquico (1834-1911)

1.

Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

2.

Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

3.

Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

4.

A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição.

2 comentários:

S@r@h disse...

Acho isto bastante interessante vai-nos ajudar muito para estudar para o teste esta muito giro:p

Sandra Sousa disse...

Era essa a idéia :)
Aproveitem bem a informação.

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